O ‘pequeno príncipe da moda’ é tema de mostra no Rio.Evento reúne 50 figurinos e 240 acessórios da grife francesa.
Nos desfiles de Yves Saint Laurent (1936-2008) na semana de alta-costura de Paris, uma das modelos sempre entrava na passarela usando um colar com um pingente em forma de coração. Esta era a forma de o estilista revelar ao público qual sua roupa preferida na coleção.
Veja os destaques da exposição no Rio
O famoso pingente, além de 50 figurinos e mais de 240 acessórios clássicos da grife francesa são os destaques da mostra “Yves Saint Laurent – viagens extraordinárias”, aberta ao público nesta terça-feira (26), no Centro Cultural Banco do Brasil, no Rio.
“Não se trata apenas de um evento de moda. A ideia é mostrar quem foi o artista, a personalidade Yves Saint Laurent”, explica o produtor da exposição, Christophe Coffrant.
Com curadoria da Fundação Pierre Bergé-Yves Saint Laurent, responsável por todo o arquivo da obra do estilista argelino, a mostra traz ainda croquis originais da moda “globalizada” da marca. Entre a década de 60 e 2002 – quando apresentou sua última coleção no Centro Georges Pompidou, em Paris – o designer desenvolveu roupas inspiradas na África, na Ásia e países como Espanha, Índia e Rússia.
“O interessante é que Saint Laurent nunca visitou a maioria desses lugares. Na África, por exemplo, ele nunca esteve”, conta Coffrant. “A inspiração para as coleções vem de viagens imaginárias, baseadas no conhecimento que ele tinha da literatura, das artes plásticas e dos costumes de cada cultura”, completa.
Veruschka e o fetiche
A exposição no Rio, quase um “desfile estático” da grife, divide os figurinos conforme suas coleções originais. Na seção “África”, por exemplo, estão peças da tendência “saharienne”, do verão de 1967.
Inspirada no universo do safári, as roupas foram responsáveis por uma das imagens de moda mais fortes até os dias de hoje: a da modelo Veruschka usando um conjunto cáqui com bolsos utilitários.
Mais do que o exotismo da alta-costura inspirada em diferentes países, Saint Laurent promoveu algumas revoluções fashion. Em 1966, o estilista lançou o smoking feminino – conjunto de paletó e calça masculina, usado com uma blusa transparente.
Provocação fetichista, a peça passou a ser uma constante nas coleções de prêt-à-porter do “pequeno príncipe da moda”, como era chamado pela imprensa francesa.
O smoking feminino foi mostrado em desfiles com blusas que deixavam costas nuas e botas extralongas – inspiração constante dos ensaios sensuais do fotógrafo alemão Helmut Newton.
Foi Newton, aliás, o escolhido para clicar mais uma das ousadias de Saint Laurent. Em 1971, o estilista surpreendeu o mundo da moda ao posar nu para o anúncio de sua marca de perfume.
Com amor
As frequentadoras mais fiéis da maison Saint Laurent recebiam mimos do estilista. O principal deles, o cartão “Love”, vinha nas festas de final de ano.
Na exposição no CCBB carioca, os cartõezinhos ganharam lugar especial. Trinta e seis deles foram ampliados e instalados em um móbile de 32 metros. “Saint Laurent era ligado a várias formas de arte e esses cartões expressavam seu lado de ilustrador, artista plástico”, diz o produtor da mostra.
“Ele fazia pessoalmente a ilustração dos cartões e entregava às clientes mais queridas e um seleto grupo de amigos”, explica Coffrant. Quem certamente recebeu a lembrancinha charmosa foi a atriz Catherine Deneuve, a socialite Loulou de la Falaise e a bailarina Zizi Jeanmaire – todas amigas dedicadas do designer.
Prova de que tratamento VIP nunca saiu de moda. Yves Saint Laurent – viagens extraordinárias Onde: CCBB – Rua Primeiro de Março, 66, Centro. Quando: de 26 de maio até 19 de julho; de terça a domingo, das 10h às 21h Entrada franca
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1 comentários:
Gostaria de ver um evento desse nas principais cidades do Brasil. Principalmente no Nordeste!
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